Brais Morán Mato, corunhês nascido em 1983. Especialista em História da Arte e em Museologia e Crítica Contemporánea. Chega a Lisboa na sua qualidade de guitarrista e vocalista de pop para fazer lançamento do seu segundo disco No mao do desespero (2018). O lugar de encontro será a praça de São Paulo e a cita está agendada para as 21:00 horas do sábado, dia 25 de agosto. A iniciativa é uma feliz parceria do CentroInterCulturaCidade, da Junta de Freguesia da Misericórdia, da Confederação de Jovens Agricultores, do Centro de Estudos Galegos da Universidade Nova e do Café Estúdio KLG.t
Grandes Vozes do Nosso Mundo, que colaborou decididamente na divulgação e na retransmissão do ambiente, oferece agora a toda a audiência as letras do disco protagonista da jornada.
No Mato do Desespero
QUANDO IMOS PARA ESSE LUGAR
Canto pra os nenos da Costa da Morte (x2)
e às mulheres que vêm do mar.
Canto pra as nenas da Costa da Morte (x2)
e aos homens que amassan o pão.
Canto pra quem lhe acompanha a sorte,
canto tambén pra os que não têm sorte
e que ainda lhes pode chegar.
Canto pra as nenas que berran bem forte,
canto pra os nenos que bebem da fonte
onde a música lhes faz medrar.
Canto pra a gente que não faz reproches [censuras] (x2)
e que vive sem medo a lutar.
Canto na Terra sem ver o horizonte,
canto co’a força do sangue do norte
quando imos para esse lugar.
NO MATO DO DESESPERO
Hoje encontro-me no mato do desespero
pois acredito nisso que dizem:
ainda que sempre se chega nunca mais se alcança.
E é por isso que sempre penso nessa visão do futuro
E alguém disse que temos força
pra cantar-lhe a tanta esperança.
Eu penso que ainda há mais
que uma simples selvagem companha
e nunca desespero, irmão.
Estamos juntos numa Terra Imaginária…
E sem fronteiras, meu irmão,
chegaremos juntos a onde quiseres que nos vejam.
E só faz falta um pouco de paciência
numa longa aventura
que embora não o pareça sempre medra.
Hoje encontro-me no mato do desespero…
Hoje caminho pelo mato do desespero
E espero cantando…
SANGUE DO NORTE
Só eu sei onde morre o sol
a cem metros de aquí.
Já crucei este eclipse só
na mesma estação.
E não vou pensar
noutra explicacão.
Já cansei de ouvir que pra ser melhor
tenho de ir para o sul.
Se a calor de ali não me ilumina assim…
Já estourei o meu coração
Para sobreviver.
Vivo aqui e todo é magia,
levo o sangue do norte.
Trabalho aqui / sigo aqui.
E sinto esperança,
sou um guerreiro do norte.
E alguns dizem:
A onde irás…?
TERRA QUE SONHARÁS
Alma de navegante
Passe o que passe olha pra diante
Quando começas a tua história
Traz o que sai da tua memória
Águas vêm do norte
Vão na procura da nossa sorte
Giram mudando o rumo
Fazem que apareça um novo mundo.
Terra que sonharás…
Chega essa luz que esconde o temporal
Traz novos sonhos que empurran muito mais alá
Saem de um tesouro, vivem comigo em paz
Trazem-me recordos que habitam em cousas reais.
Conto aventuras que mudam a lei.
Alma de viajante
Tem um destino ilusionante
Faz que o vento e as ondas
Sejam a guia da sua eufória.
Alma extravagante
perto do Paraíso distante
Sou pirata que canta
pelo caminho da liberdade.
Terra que sonharás…
Conto aventuras que mudam a lei
VALARÉS
Só es solitário quando queres um pouco de inspiracão
Sentes-te um estranho mas só precisas ter respiração
Soa uma guitarra e só queres este mar pra conversar
Hoje cantam grilos mas não é uma noite de verão.
Dedica-me um minuto como aquele
Desses que já não se podem ter
Toda a infãncia que não se perdeu
Qando era um neno em Valarés
E sonhei toda a noite co’a maré
Quando só se escutava o atardecer
E joguei com a areia entre a pele
E lembrei que ali me sinto bem
AS CORES DO MATO
Que me leve o Demo se não canto mais.
Que me leve Deus se há luz mais alá.
Que marche a sombra com o vento deste temporal.
As cores do mato já falam de como avançar.
Levo anos por aqui perguntando-me se ao fim poderei sobreviver.
Ninguém entende que o meu “Ser” não escolhe como ser.
Só funciona porque “é”.
O importante é respirar cada dia um pouco mais apesar do temporal.
A energia do que fazes é a procura de encontrar
o caminho pra chegar.
Ieee…Sempre chego ao final co’a esperança na mão
Ieee…Sempre podo encontrar a paz noutro lugar.
Levo tempo em desespero,
e que vém e que vai co’a ilusão de voar.
E desperto num concerto e a gente que está não para de dançar.
Quando o vento chega aqui sei que o ar está para ir
A outro mundo mais feliz.
Há caminho pra rodar e ondas querem navegar
pola minha Beiramar.
A ESPERANÇA DO DESESPERO
Há caminhos no mundo que não nos separan
São os que unem as forças e nos acompanham
Há momentos onde aparece a magia
E a luz volta a ti…
Há momentos em que perdemos a calma
Eram desejos rotos de mentes perdidas
Eram intentos vacios que não funcionavam
Eram caminhos de sombras que medo nos davam
Era um impulso frustrado que nos esgotava
Não havia mais…
Havia mais mas eu só tinha que inventá-lo!
Era a melhor arma do passado!
E haverá mais soluções para o futuro
Se o que foi, agora é mais maduro!
Tempo passou para encontrar a esperança
E hoje sigo provando de muitas maneiras
É uma longa viagem que pede paciência
É uma luta contínua que faz que aprendas
Não há caminho de rosas se esqueces que medram
Sempre há vida em qualquer lugar.
Há caminhos que avançam c’o tempo parado
Pasan por desertos roxos e abandonados
São o futuro da gente que estava chorando
São os que trazem os amores que duram mais anos
São os que nunca buscavas e voam mais alto
E hoje unimos as forças sem medo ao que venha.
Sigo buscando a esperança do desespero…
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BRAIS MORÁN AO VIVO EM LISBOA
Artista galego lança o seu novo disco "No mato do desespero" no evento "A Praça Convida"
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